sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mamíferos não crescem há milhões de anos


RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

O tamanho dos mamíferos terrestres "explodiu" depois da extinção dos dinossauros, 65 milhões de anos atrás. Mas, depois de chegar ao auge do tamanho após 25 milhões de anos, o tamanho se estabilizou em todos os continentes desde então.

A conclusão é de uma pesquisa feita por uma equipe internacional, que analisou fósseis de todo o planeta em busca dos maiores espécimes de cada espécie.

"Os grandes dinossauros eram animais ectotérmicos, ou seja, eles não regulam sua temperatura corporal interna. Os mamíferos são endotérmicos e regulam a temperatura corporal. Isso consome cerca de 90% da energia que os mamíferos ingerem", disse à Folha a líder do estudo, Felisa Smith, da Universidade do Novo México em Albuquerque, nos EUA.

"Assim, com o mesmo recurso de alimentos, répteis e dinossauros podem ficar dez vezes maiores", diz.

"Nosso estudo sugere que as limitações de energia tiveram um papel na evolução dos mamíferos, o que também pode ter sido o caso de dinossauros. Os maiores dinos herbívoros eram cerca de dez vezes maiores que os maiores mamíferos."

"Durante os primeiros 140 milhões de anos de sua história evolutiva, os mamíferos eram pequenos e ocupavam uma faixa bastante estreita de tamanhos de corpo", escreveram os autores no estudo publicado na revista americana "Science".

Os mamíferos variavam em tamanho de três gramas --algo do tamanho de um filhote de camundongo-- até 10 kg ou 15 kg, o peso de um cachorro de tamanho médio.

O tamanho realmente "explodiu": o recorde foi de 17 toneladas para grandes herbívoros como o Indricotherium transouralicum e as espécies de Deinotherium na Eurásia e África.

O aumento ocorreu porque os mamíferos passaram a adotar os estilos de vida que eram dos dinossauros.

Reunir todas as informações sobre todas espécies de mamíferos, vivos ou extintos, tomou dois anos de pesquisa da equipe. Os fatores que, segundo o grupo, mais influenciam o tamanho dos animais são a disponibilidade de terra e a temperatura.

Quanto maior a área, maiores são as populações, e o risco de extinção dos maiores animais é menor; já a temperatura afeta o modo como os mamíferos dissipam calor do corpo. Quanto mais frio o clima, maior o animal tende a ficar, pois mamíferos grandes conservam o calor de modo mais eficiente.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/836529-mamiferos-nao-crescem-ha-milhoes-de-anos.shtml

domingo, 15 de agosto de 2010

Seios grandes e firmes? Silicone: próteses cada vez maiores trazem riscos



Seios grandes e firmes: o implante de silicone é tentador pra boa parte das mulheres. No entanto, muitos são os cuidados que essa cirurgia demanda. De acordo com a Associação Brasileira de Cirurgia Plástica, 21% das cerca de 460 mil cirurgias estéticas realizadas no ano passado foram de aumento de mama. Recentemente, a brasileira com os maiores seios do país, Sheyla Almeida Hershey (3,5 litros em cada um), sofreu complicações com uma infecção causada na mais recente das 30 cirurgias que ela já fez ao longo da vida para aumentar as próteses.

As medidas avantajadas de Sheyla impressionam, mas a preferência por implantes mais volumosos é uma tendência entre a ala feminina. Uma pesquisa do Ibope realizada com médicos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica confirma o que podemos observar por aí: o tamanho da prótese escolhida pelas mulheres está cada vez maior. Segundo o levantamento, a prótese de silicone mais usada atualmente é a de 300 ml, no começo da década, a mais popular era a de 250 ml e nos anos 90, era a de 190 ml.


Tamanho é documento?

No entanto, errar no tamanho da prótese é uma questão séria de saúde - não só estética. "Tão importante quanto resolver essa desarmonia estética é adequar o tamanho do implante ao tipo corporal de cada mulher. Uma prótese grande fica bem para uma mulher alta ou que tenha quadris largos, já nas baixinhas pode passar a impressão que a mulher está acima do peso", afirma Rubens Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada (SP).

"É muito comum chegarem para a consulta desejando um volume semelhante ao da amiga, que ficou bom, mas nem sempre cairá bem em outro corpo", diz a cirurgiã plástica Luciana Pepino. Antes de escolher a prótese e decidir aumentar muitos números do sutiã de uma vez só, há duas questões principais a serem observadas: as novas formas devem permitir que você se sinta confortável em todas as ocasiões, seja numa festa, na praia ou no trabalho.

O segundo envolve se imaginar com a prótese em um futuro mais distante. "As pacientes mais jovens, principalmente, são as que optam por implantes maiores para conquistarem um decote mais generoso. O que muitas esquecem é que a moda é passageira, mas o envelhecimento não é", alerta. "Devemos pensar, por exemplo, se com 50 anos, ainda vamos gostar desse visual", diz.

Riscos

"Assim como toda cirurgia, o implante de silicone tem possíveis riscos e complicações, que mesmo sendo raras, devem ser explicadas ao paciente", diz o cirurgião plástico Ubirajara Freitas Guazzelli. Riscos de hematoma (sangramento), infecção, contratura de cápsula, deslocamento da prótese, cicatrizes hipertróficas ou queloides, perda da sensibilidade, choque anafilático e morte são raros, mas existem. Além disso, há o problema do surgimento de estrias.

Quanto maior o volume da prótese, maior a probabilidade de surgirem as linhas, já que as fibras da pele vão sofrer um esgarçamento. O peso do seio também vai aumentar, portanto, pode ocorrer a sobrecarga do esqueleto, que vai provocar uma projeção do tronco para frente, ocasionando problemas posturais, dores nas costas e até um desvio de coluna.

O silicone não é indicado para pacientes que apresentam alguma doença imunológica, mais pelas consequências cirúrgicas que pode trazer do que pelo material em si. Também não há nenhum problema em colocar as próteses de silicone nos seios e engravidar. O silicone não impede ou atrapalha a amamentação. As próteses são colocadas abaixo das glândulas mamárias.

Por: Ana Maria Madeira, Yahoo!
Fonte: http://www.zwelangola.com/ler.php?id=2676

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Estudo revela que humanos compartilham genes com as esponjas do mar

http://www.jb.com.br/
Agência AFP

SYDNEY - Pode ser que a humanidade descenda do macaco, mas cientistas australianos encontraram provas de relações muito mais estreitas do homem com o solo submarino, em um estudo que revela que as esponjas do mar compartilham quase 70% de genes com os humanos.

A sequência genética das esponjas do mar na Grande Barreira de Recifes da Austrália mostrou que esse animal aquático invertebrado compartilha muitos de seus genes com os humanos, incluindo um grande número de genes associados com doenças como o câncer.

A descoberta pode proporcionar novas bases de descobertas em relação ao câncer e a pesquisas com células-tronco, afirmou o chefe do estudo, Bernard Degnan, da Universidade de Queensland, Austrália.

"As esponjas têm o que consideramos o 'Santo Graal' das células-tronco", afirmou Degnan.

Explorar as funções genéticas das células-tronco das esponjas poderá revelar "relações profundas e importantes" com os genes que influenciam a biologia das células-tronco humanas.

"Pode, inclusive, modificar a forma em que pensamos nossas células-tronco e como poderíamos usá-las em futuras aplicações médicas", explicou.

O estudo, publicado pela revista Nature esta semana, é o resultado de mais de cinco anos de pesquisas de uma equipe internacional de cientistas.

domingo, 20 de junho de 2010

Estudo relaciona mudança de hábitos para combate ao aquecimento global


Comer menos carne, limitar as viagens, aceitar ficar com calor durante o verão e com frio durante o inverno: rotinas alternativas também ajudam a lutar contra o aquecimento global, segundo um estudo apresentado na segunda-feira em Bruxelas.

"Modificar os hábitos será complicado", admitiram os especialistas da consultoria McKinsey neste estudo, apresentado na presença do comissário europeu para o Meio Ambiente, Stavros Dimas.

Entretanto, segundo eles, estes pequenos gestos do dia a dia podem permitir evitar rejeitar na atmosfera 3,5 a 5 bilhões de toneladas de gás carbônico daqui a 2030.

O estudo lista 200 ações possíveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, entre os quais o CO2, e limitar o aquecimento do planeta a 2ºC em 2030.

"Reduzir o número de viagens de negócios e os deslocamentos privados, trocar o carro pelo trem, aceitar diminuir o ar condicionado ou o aquecedor e limitar o consumo de carne" são algumas opções, segundo os autores do estudo.

Entretanto, a maior parte dos esforços deve se concentrar na eficiência energética nos transportes e na construção, no desenvolvimento de fontes de energia não fósseis, como os biocombustíveis, e no combate ao desmatamento.

"O custo do esforço para o mundo deve ser de 200 a 350 bilhões de euros por ano até 2030, e permitirá evitar rejeitar 38 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera" durante este período, segundo o estudo.

Clima precisa de R$ 507 bi ao ano até 2020

Frear o aquecimento global durante a próxima década exigirá até 175 bilhões por ano (R$ 507 bilhões) em recursos adicionais até 2020, metade deles aplicados em países em desenvolvimento. O cálculo é da União Europeia, que apresentou ontem suas propostas para uma ação internacional no combate às emissões de gases de efeito estufa.

O conjunto de ações será levado pela UE à conferência do clima de Copenhague, em dezembro, que deverá definir o combate à mudança climática após 2012, quando o Protocolo de Kyoto expira.

"Esta é quase certamente a última chance de colocar o clima sob controle antes que ele passe do ponto de não-retorno", disse o comissário europeu do Ambiente, Stavros Dimas, ao pedir que os negociadores em Copenhague proponham cortes mais profundos -e custosos- nas emissões.

No documento apresentado ontem por Dimas, a UE reitera sua posição de evitar que o aquecimento do planeta neste século ultrapasse o limite de 2C acima da média na era pré-industrial. Para isso, chama os países desenvolvidos a adotarem a meta europeia de 30% de corte de emissões abaixo dos níveis de 1990 até 2020.

Uma das principais novidades da proposta, no entanto, é delinear ações a serem adotadas pelos países em desenvolvimento, especialmente Brasil, China e Índia. Embora não exija que essas nações abracem metas obrigatórias de redução de emissões, a proposta da UE sugere que os países mais avançados do mundo em desenvolvimento desacelerem suas emissões, reduzindo-as de 15% a 30% abaixo da trajetória atual até 2020. Esses países deveriam delinear "estratégias nacionais de desenvolvimento de baixo carbono", a serem verificadas por um novo órgão internacional, o Mecanismo Facilitador de Apoio à Mitigação.

O plano da UE, no entanto, não diz quanto as nações ricas poderiam dar às nações em desenvolvimento para ajudá-las na transição para uma economia de baixo carbono. Versões anteriores do documento falavam em US$ 200 bilhões entre 2013 e 2020, cifra que teria sido suprimida por pressões internas, devido à recessão na UE -o que Dimas negou ontem.

Além disso, na última conferência do clima, em dezembro passado na Polônia, os países ricos se opuseram a liberar mais dinheiro para o fundo de adaptação à mudança climática que já existe pelo Protocolo de Kyoto -e que hoje funciona com US$ 40 milhões, menos de um milésimo do que seria necessário. Segundo diplomatas de países em desenvolvimento, a sinalização financeira para Copenhague é "péssima".

Fonte: Folha Online / http://gabeira.locaweb.com.br/noticias/noticia.asp?id=8084

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sim, o apêndice tem uma função!

 

Cynthia Santos*
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação

Apêndice promove crescimento de bactérias benéficas para nosso organismo





Se você pensa que o apêndice não serve para nada e só causa problemas - já que pode inflamar e acabar mandando você para um centro cirúrgico -, é melhor começar a mudar de idéia. Em setembro de 2007, um grupo de cirurgiões e imunologistas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, publicou um trabalho que mostra o contrário: o apêndice tem uma função, sim: ele promove o crescimento populacional de bactérias benéficas para o nosso organismo e facilita o repovoamento dessas bactérias no cólon.

O apêndice humanoO apêndice faz parte do sistema digestivo e está localizado logo no início do intestino grosso, conectado ao ceco (um divertículo natural com que se inicia o intestino grosso, e onde se abrem o íleo, o cólon e o apêndice). O apêndice é uma estrutura tubular fechada na extremidade posterior e mede cerca de 5 a 10 cm de comprimento e 0,5 a 1 cm de largura. Na maioria das pessoas, o apêndice encontra-se no quadrante inferior direito do abdome.

Teorias que explicam a função do apêndice humanoApesar das evidências contrárias, baseadas em estudos de anatomia comparada em primatas, o apêndice foi considerado por muito tempo como uma estrutura vestigial, isto é, uma estrutura que, ao longo da evolução, perdeu sua função original.

Hoje em dia existem algumas teorias que explicam a função do apêndice humano. Uma delas argumenta que o apêndice humano auxilia o sistema imunológico. Ao examinarem microscopicamente o apêndice, os pesquisadores encontraram uma quantidade significativa de tecido linfóide, um tecido que apresenta uma quantidade abundante de linfócitos - tipo de glóbulo branco responsável por defender o corpo contra microorganismos. O tecido linfóide está presente também em outras áreas do sistema digestivo. A função desse tecido ainda não é muito precisa, mas está claro que ele reconhece substâncias estranhas presentes nos alimentos ingeridos.

 

Em setembro de 2007, o grupo liderado pelo dr. William Parker, da Universidade de Duke, nos EUA, publicou uma nova teoria. Segundo o dr. Parker e seus colaboradores, o apêndice funciona como um "lugar seguro" para bactérias que auxiliam na digestão. De acordo com os pesquisadores, as bactérias vivem no apêndice sem serem perturbadas, até que sejam necessárias nos locais onde ocorrem os processos de digestão. De acordo com o dr. Parker, a forma do apêndice é perfeita para armazenar as bactérias benéficas. Ele possui um fundo cego e uma abertura estreita, impedindo assim o influxo dos conteúdos intestinais.

O sistema digestivo é povoado por diferentes microorganismos que auxiliam na digestão dos alimentos. Em troca, os micróbios recebem nutrição e um lugar seguro para viver. O dr. Parker acredita que as células do sistema imunológico encontradas no apêndice estão lá para proteger, e não para atacar, as bactérias benéficas.

O papel do apêndice no repovoamento da flora intestinal
Doenças como disenteria ou cólera contaminam o intestino. A única saída é se livrar dos micróbios maus. É aí que a diarréia ocorre. Em casos de diarréia severa, não só os micróbios maus são perdidos, mas tudo o que se encontra no interior do intestino, inclusive o que é conhecido como biofilme (uma camada fina e delicada, constituída de micróbios, muco e moléculas do sistema imunológico).

Quando ocorre perda do conteúdo intestinal, as bactérias benéficas escondidas no apêndice emergem e repovoam a camada de biofilme do intestino, antes que bactérias maléficas se instalem.

 

Segundo o dr. Parker, pessoas que, porventura, tiveram seu apêndice extraído e vivem em locais onde as incidências de doenças como cólera e disenteria são altas, têm menos chances de sobreviver, pois não têm mais um lugar seguro para armazenar as bactérias benéficas.

Deve-se evitar a retirada do apêndice?Apesar da importante função proposta pela equipe de cientistas da Universidade de Duke, não se deve esquecer que o apêndice tem o seu lado vilão. Ao sofrer inflamação, ele pode levar à obstrução dos intestinos, causando a apendicite aguda, que pode levar à morte.

Portanto, nesse caso, ele deve, sim, ser retirado. Mas não se preocupe, pois as infecções severas, por cólera ou disenteria, são raras em nações ou regiões industrializadas. As pessoas que habitam esses locais podem viver normalmente sem o apêndice.

 

domingo, 13 de junho de 2010

Para proteger bacalhau, Canadá estuda matar 220 mil focas em 5 anos


http://migre.me/OrYi

As autoridades canadenses avaliam a possibilidade de matar 220 mil focas cinzentas ou esterilizar 16 mil fêmeas num período de cinco anos, na ilha Sable Island, costa leste, para proteger a pesca do bacalhau, segundo documento oficial divulgado nesta sexta-feira (28).

Segundo o texto, o Ministério de Pesca e Oceanos do Canadá estima que 300 mil focas cinzentas que vivem na região dizimam as populações de bacalhau.
Meta é evitar que mamíferos comam o peixe, valioso à indústria pesqueira.
Alternativa é esterilizar fêmeas; ambas ações custarão até US$ 35 milhões.

A iniciativa foi criticada por Mark Butler, do Centro de Ação Ecológica de Halifax, para quem essa não é uma solução de longo prazo.
"Se começarmos a matar focas para proteger o bacalhau, o morticínio deverá continuar durante séculos porque seus predadores naturais [como os tubarões] já foram dizimados. É um círculo vicioso", disse.

A Sable Island é considerada um paraíso das espécies. Segundo o informe, 80% das focas da região reproduzem lá e convivem com 400 cavalos selvagens e mais de 300 tipos de aves dentro de um ecossistema fragilizado.

Tanto a matança quanto a esterilização, decisões ainda não tomadas pelo governo; custariam entre US$ 20 milhões e US$ 35 milhões, exigindo o envio de veículos, combustível e trabalhadores.

Matem as aves com petróleo, diz bióloga



O dano causado aos animais quando eles ficam encharcados no petróleo é tão grande que alguns ambientalistas dizem: seria mais “humano” sacrificá-los.
Quando li essa matéria no Discovery fiquei bem chocada: parece completamente desumano não tentar salvar uma criatura agonizante.Mas “matar, não limpar” é a recomendação de uma respeitada bióloga marinha alemã. Em entrevista ao jornal Der Spiegel, Silvia Gaus, diz que uma série de estudos prova que a taxa de sobrevivência e médio prazo dos pássaros que foram limpos do óleo é menos de 1%.
Além do estresse, os produtos usados para remover o óleo muitas vezes acabam sendo tão prejudiciais quanto o mesmo, e os animais acabam morrendo de problemas no fígado ou rins. Eu não sabia, mas para evitar o envenenamento pelo petróleo, os animais ingerem soluções de carvão – e isso não é desleixo dos ambientalistas: é a única forma de evitar que morram imediatamente.
Um dos exemplos citados é o derramamento de Exxon Valdez, em 1989. Cerca de 1.600 pássaros foram capturados, tiveram óleo removido e foram reintroduzidos na natureza. O custo dessa operação foi de US$32 mil por animal (incrível quanto dinheiro se pode gastar consertando um erro né?).
Unindo os números dos esforços, financeiros e pessoais, chega-se à conclusão de que todo o trabalho que dá para limpar um animal que irá provavelmente morrer seria mais bem empregado em outra coisa….
Enfim, por mais que a lógica aponte para isso, simplesmente não consigo concordar que “não fazer nada” seja melhor do que “tentar fazer alguma coisa”. Entendo que o dinheiro poderia ser usado para outras causas, talvez com mais resultados, mas …esse 1% de sobrevivência não sai da minha cabeça.
1% ainda é uma chance… não?
E, no fundo, será que não tem algo único do ser humano em desafiar a lógica e os números?
*Thanks @SergioLisan pela conversa que inspirou o post.
Nota do Blog:
A impressão de que se tem ao ler o texto é a afirmação de que a ingestão de carvão tb é uma das causas de morte dos animais contaminados / envenenados por petróleo, o que é errado.
Tenho curso de enfermagem veterinária e estagiei na área de internação de hospital, atendendo muitos cachorros envenenados por chumbinho e a medida imediata era forçar a ingestão de carvão ativado, retirando-o depois através de sonda. E era o que salvava os animais, pois em caso de envenenamento o carvão ativado tem a função de absorver e neutralizar a substância engerida (seja ela veneno, ácidos, bases, medicamentos), diminuindo assim a entrada destes agentes em maior quantidade na corrente sanguinea.
Como não tenho nada de literatura aqui a respeito (estudo biologia, e não veterinária... rs) dei uma olhadinha na net e encontrei um arquivo bem interessante da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, disponibilizado neste link:
Caso tiverem disponibilidade, dêem uma olhadinha no slide 6.
Então, pergunto: td o trabalho desenvolvido pelos CRAMs (Centro de Reabilitação de Animais Marinhos) espalhados pelo mundo é em vão? É realmente lamentável termos profissionais que desprezam a vida por ela representar o percentual de 1%, como se nessa estatística ainda não existissem seres que poderiam continuar a viver...
E outra, dizer que que o gasto para reabilitar e reintroduzir cada animal é de US$ 32 mil é absurdo!!! Não posso afirmar, mas acredito que esse não seja nem a verba anual recebida por CRAM, e nem por isso se deixa de fazer um trabalho válido pelos animais.
Sendo ainda um pouco sarcástica, a impressão que se tem é que a citada bióloga ainda tem a mesma maneira de pensar de seus conterrâneos nazistas: o que não produz e não gera lucro, deverá ser exterminado. Afinal, era isso que faziam com os deficientes físicos, mentais e doentes terminais na época de Hitler...
Pois, é! Mata, extermina, acaba logo com td... é mais prático (e cômodo!) do que tratar e cuidar daqueles que sofrem inocentemente por erros cometidos pela nossa espécie... :o (

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Primeiros Socorros em cães e gatos*


Emergência? Aconteceu algo grave e urgente? O que eu posso fazer?

Vamos lá! Algumas situações críticas podem acontecer com nossos amigos animais. Quanto mais rápido forem socorridos, melhor, mas às vezes acontecem situações no meio da noite, aos domingos e feriados, e a clínica veterinária que conhecemos está pode estar fechada. Não devemos desistir e enquanto algum familiar telefona para conseguir um endereço de um hospital 24 horas, ou vai tirando o carro da garagem, podemos iniciar os Primeiros Socorros. Cada caso é um caso, então vamos separar por problema:

Vômitos e diarréia: Um vômito eventual não é um problema. O problema são vômitos freqüentes e sucessivos. Diarréia idem! Aqui vale o estado geral. Se o animal está aparentemente bem, forte e com a face normal, apenas retire a água e o alimento de perto dele. Esqueça o soro em animais que estão vomitando. Só vai ocasionar mais vômito. O melhor é o jejum total por algumas horas. Se além de vomitar o bichinho está tremendo e salivando, não perca nenhum minuto e corra a um veterinário, pode estar intoxicado.

Dores agudas: quedas ou escorregões no meio da brincadeira, ás vezes acabam em fraturas ou torções doloridas. Lembre-se sempre de colocar uma focinheira antes de lidar com um animal com dor. Ele pode ficar agressivo em razão da dor e machucar você por instinto. Na verdade, em caso de dor, o melhor conselho é fazer o mínimo possível antes de chegar ao veterinário. Nem pense em antiinflamatórios de uso humano por conta própria, senão além da dor atual, você ainda vai ter que tratar uma gastroenterite medicamentosa e perigosa. Os antiinflamatórios são preferencialmente injetáveis nos casos agudos, pois agem mais rápido e não passam pelo estômago. Tente carregar "seu paciente" com o mínimo de movimentação dele e se a dor não passar em alguns minutos, procure um veterinário.

Envenenamento: se você percebeu ou desconfia de um envenenamento por veneno de rato, ou mesmo comprimidos ingeridos por acidente, não deve perder tempo, mas pode ser benéfico induzir o vômito o quanto antes. Entupi-lo de leite pode não ser a melhor alternativa. Fazê-lo beber água com bastante sal de cozinha é útil. Provoca vômito que diminui a absorção das toxinas. Cuidado para não exagerar e sufocá-lo. Após a tentativa do sal, quem tiver em casa carvão mineral, pode diluir em água e também fazê-lo beber. O carvão absorve toxinas. Repito, faça tudo isso, mas não perca tempo, corra logo ao primeiro veterinário disponível!
OBS: Apenas uma observação pessoal, com a minha cachorra nada disso funciona, o que a faz vomitar é água oxigenada 10 volumes, diluída ou não em água, ela pesa 20kg e da última vez precisei dar 25ml não diluídos, pois ela resiste muito a vomitar! (Ana Flávia)

Crise de tosse: aqueça o animal e obrigue ao repouso. Deixe-o um pouco no banheiro, com o chuveiro ligado, para respirar o vapor. Se não resolver, já sabe: veterinário.

Cortes ou mordeduras: ferimentos perfurantes podem provocar hemorragias e infecções. Cortes em vidros ou metais, mordidas de outros cães ou gatos, etc. Se o machucado for pequeno e aparecer apenas algumas gotinhas de sangue, limpe e aplique um anti-séptico, como água oxigenada ou iodo. Se for grande e / ou estiver sangrando muito, tente manter a sua calma e a dele. Coloque seu companheiro em um lugar limpo e fresco, se possível enfaixe e comprima suavemente a região. Evite a movimentação dele, transmita calma e segurança, mas corra ao veterinário. Qualquer tipo de ferida perfurante vai exigir uso de antibióticos específicos, aplicados ou receitados pelo veterinário. Desprezar este cuidado pode ser um erro e dias depois poderiam aparecer os chamados abscessos, que são acúmulos de pus debaixo da pele.Nem todas as feridas perfurantes requerem pontos. Normalmente pontos só são feitos com o animal anestesiado ou sedado e em ferimentos recentes, o que nem sempre é o caso. Ao examinar, o veterinário fará a avaliação do que é preciso.

Corpo estranho preso na boca: parece brincadeira, mas não é. Já perdi a conta de quantas lascas de osso, espetinhos de churrasco, anzóis, barbantes e outras tranqueiras já tirei de entre os dentes de cães e gatos. Se você percebeu algo estranho preso na boca do seu amigo, pense duas vezes antes de por a mão lá, pois ele pode morder devido à dor. Segure as patas para que ele não piore a situação, cutucando, e vá até a clínica. Pode ser necessária sedação para tirar o objeto de lá.

Uma dica importante: não se esqueça, quando falamos em Primeiros Socorros, é porque sabemos que existe a necessidade dos Segundos Socorros, e que estes, devem ser realizados pelo seu veterinário de confiança, o quanto antes.



*Wilson Grassi - médico veterinário
wwgrassi@yahoo.com.br