domingo, 17 de março de 2013

Aves primitivas voavam com quatro asas, diz estudo

Após analisar fósseis com mais de 100 milhões de anos, paleontólogos chineses afirmam que aves primitivas possuíam penas nos membros traseiros, que auxiliavam no voo

 
Fóssil de ave primitiva analisado no estudo, com destaque para as marcas de penas nos membros traseiros
 
Algumas aves primitivas possuíam dois pares de asas, que as auxiliariam no voo. O segundo par seria, na verdade, as patas desses animais cobertas de penas. Essa é a conclusão de um grupo de paleontólogos chineses, após analisar fósseis com mais de 100 milhões de anos. O estudo foi publicado nesta sexta-feira, na revista cientifica Science.
 
Para os pesquisadores, o processo evolutivo teria feito com que o segundo par de asas assumisse a função de patas traseiras, que passaram a apresentar penas menores com o tempo. Pesquisas anteriores tinham descoberto aves similares a dinossauros com penas nas extremidades traseiras, mas as provas eram poucas no caso dos pássaros.
 
O paleontólogo Xing Xu já havia defendido a ideia dos dois pares de asas em 2003. Em um estudo publicado na revista Nature, ele descreveu o Microraptor gui, espécie de dinossauro que teria, além das asas, penas nas patas de trás. Para os pesquisadores, essas asas auxiliares seriam utilizadas para planar de árvore em árvore. Essa descoberta reforça a hipótese de que as aves teriam evoluído a partir dos dinossauros.
 
Evolução – No estudo atual, foram analisados 11 fósseis de aves primitivas, de 100 a 150 milhões de anos, encontrados no Museu de História Natural de Shandong Tianyu, na China. De acordo com Xing Xu, integrante do grupo de pesquisadores, os 11 pássaros estudados são de cinco espécies relativamente robustas - maiores que um corvo, mas menores que um peru. Os pesquisadores acreditam que as asas traseiras poderiam ter ajudado essas aves a manobrar no ar, enquanto batiam as asas dianteiras para voar ou as esticavam para planar.
 
Para os autores, o fato de as aves modernas utilizarem as pernas para locomoção indica que a perda do segundo par de asas reflete um período de mudança no qual os ‘braços’ se especializaram no voo e as pernas na locomoção terrestre.

Controvérsias – Outros especialistas, no entanto, não estão tão certos de que as penas das patas tenham sido usadas para voar e destacam que poderiam ter sido usadas com outros fins, como por exemplo, atrair possíveis parceiras. "Ninguém pensa que estes animais agitavam as patas como faziam com as asas", disse Kevin Padian, professor de Biologia Integrativa da Universidade da Califórnia em Berkeley e um dos especialistas que revisaram o estudo antes de sua publicação.
Segundo ele, “os autores não fazem ou citam nenhuma pesquisa que apoie uma hipótese de que as penas contribuíram para nenhum tipo de voo", mas o ponto positivo da pesquisa seria mostrar como as penas das patas mudaram com o tempo.
 
Conheça a pesquisa

ONDE FOI DIVULGADA: revista Science
QUEM FEZ: Xiaoting Zheng, Zhonghe Zhou, Xiaoli Wang, Fucheng Zhang, Xiaomei Zhang, Yan Wang, Guangjin Wei, Shuo Wang e Xing Xu
INSTITUIÇÃO: Universidade de Linyi, China
RESULTADO: Analisando 11 fósseis de aves primitivas, de 100 a 150 milhões de anos, os pesquisadores descobriram que elas possuíam penas em seus membros inferiores, que provavelmente eram usados como auxílio durante o voo.
 
(Com Agência France-Presse)

Fonte: Revista Veja On line

Grupo de biólogos passa momentos de terror em mãos de bandidos em Itacaré

"Itacaré agora é dos bandidos!"


Nota do Blog:Uma das viagens mais belas que fiz pelo Brasil! Sem contar que a trilha da prainha não é fechada e nem deserta, embora a praia ainda não tenha qualquer infra-estrutura.
Bem, está na cara que alguém "passou a fita" para os bandidos, e vamos combinar: para que levar 5000 reais em dinheiro para uma praia deserta?!
 
 Trilha Prainha Itacaré - Foto: André Benites

Exclusivo. Biólogos brasileiros e estrangeiros passaram por momento de terror e violência, neste sábado, em Itacaré, no final desta tarde. O grupo, formado por 17 profissionais, foi vítima de assalto na trilha da Prainha. Três bandidos, dentre eles um menor, todos com arma (38), renderam o grupo e levaram para um lugar fora da trilha. Afastados do movimento de banhistas, eles foram humilhados e ameaçados de morte todo o tempo com as armas na cabeça. O assalto durou mais de meia hora. Os biólogos foram vítimas de tapas, raquetadas e tiveram que participar, inclusive, de uma sessão de "roleta russa".
 
De acordo com informações obtidas pela equipe do Jornal Bahia Online, os estrageiros sofreram muito mais por não entender as ordens dadas pelos bandidos e precisar do auxílio dos brasileiros. O grupo tinha biólogos da Turquia e de vários estados do Brasil. Os equipamentos, todos de muito valor, dentre eles câmeras fotográficas profissionais com lentes especiais, relógios, aparelhos de celular, laptops e mais de 5.000 em dinheiro foram levados pelos bandidos.
 
Segundo uma fonte ouvida pelo JBO, logo após o crime, os biólogos foram à delegacia de Itacaré, mas não tinha delegado e nem policial de plantão. Por isso, não foi feta a ocorrência. "Nos madaram para Ilhéus onde não pudemos entrar na delegacia pelo fato de o grupo estar de bermuda". De acordo com uma das vítimas, dentre as várias frases de efeito partidas dos bandidos, uma chamava a atenção de todos. "Itacaré agora é dos bandidos", disseram às vítimas.

Fonte: Jornal da Bahia Online

Palmito não é Areca

É sempre profícuo, mesclar as habilidades e o conhecimento tradicional ao acadêmico e ter na equipe para cada técnico, seja nos programas mitigatórios da flora como nos da fauna, no mínimo 4 matutos aqui da região, conhecedores das belas matas e acostumados às longas caminhadas adentro, com serpentes, pernilongos gigantes, mosquitos etc., e já habituados ao nosso clima quente e chuvoso e aos aclives e declives próprios da região serrana.

Além disto, adotar um sistema de incentivo, por equipe ou por indivíduo da equipe, envolvidos nos Programas de Mitigação, proporcional as unidades de espécies vegetais raras coletadas, e por unidade replantada bem sucedida, sem dúvida ampliará em muito o sucesso dos programas de mitigação ambiental, determinados pela autarquia competente à concessionária da rodovia.


Léa Corrêa Pinto*


O saboroso palmito-juçara, Euterpe edulis, é hoje espécie rara, devido seu valor econômico e ao amplo extrativismo, uma vez que não há rebrota após o corte. A espécie Euterpe edulis é um dos produtos mais explorados na Floresta Atlântica , REIS e GUERRA,1999), porém ainda perdura intensamente aqui na Bacia do Caçador, Serra do Cafezal, Régis Bittencourt, Br-116/SP.

É de conhecimento geral no sertão, a dificuldade do replantio do palmito-juçara lograr sucesso, ao contrário da conhecida areca-bambu, Dypsis lutescens, a palmeira de jardim, embora ambas da família Arecaceae (Palmae).

Palmito Juçara (Euterpe edulis)

Os sertanejos tem bom êxito no replante do palmito-juçara com mudas pequenas de um palmo no máximo, trazendo-as em torrão, para o local do plantio. Além de ter "mão boa" para plantar, precisa depositar a muda na cova, juntar a terra e com as costas do enxadão ou outra ferramenta calcar bem, o entorno da muda para fixa-la no solo. O pessoal da região também sabe que as sementes germinam melhor na grota mas que o palmiteiro jovem prefere as encostas.

Aqui no Vale do Ribeirão do Caçador está ocorrendo, o replante do palmiteiro Euterpe edulis Mart, em torrões, através dos programas, de reposição florestal, com mudas de até 1, 2 m aproximadamente.

As palmeiras em geral além dos cuidados já mencionados, suportam transplantes, de 1m à fase adulta, já com vários metros de altura, dependendo do tamanho do torrão e de seu prévio preparo, utilizando o processo de "sangramento quot" como ocorre corriqueiramente em paisagismos realizados em parques e jardins de prédios, casas , avenidas etc.

O processo de arrancar a muda do palmito-juçara sem o torrão e introduzir as raízes num saquinho plástico para posterior replante, o percentual de "pegamento quot" é praticamente zero. Nós do mato, que tanto apreciamos a palmeira Juçara, já sabemos disto por conhecimento tradicional adquirido, e, ficamos satisfeitos, que o programa de reposição florestal aqui na Serra do Cafezal, Br-116, Bacia do Caçador assim iniciado, tenha sido descartado e trocado pelo sistema de torrão.
 
Areca Bambu ou Palmeira de Jardim (Dypsis lutescens)


As mudinhas do palmiteiro nos dão sempre muita esperança, pois demoram para secar. São como as folhas do Domingo de Palmas.

Na Bacia do Caçador/ Setor ITEREI, semeamos o palmito-juçara há algumas décadas, em embalagens realizadas com papel jornal, formatadas em garrafas, na modalidade utilizada dantes na Alta Paulista para mudas de café, posteriormente a muda do palmito-juçara crescida era plantada no local definitivo, sempre sob a sombra de árvores maiores. Mesmo assim, muitas não vingavam. A semeadura na sombra do palmito-juçara por lançamento na própria serrapilheira, com as sementes já preparadas para a aceleração da germinação por sua vez sempre deu resultados muito satisfatórios.

Noite e dia os pequenos e grandes herbívoros da mata, bem como Lua e Luanni, 2 éguas chucras ai nascidas, percorrem os vales do Ribeirão do Caçador, e também o da parada dos antigos tropeiros. Os bichos são curiosos, muitas vezes deixam rastros ou são avistados, doutras, não. Eventualmente pastam suas folhas, contudo sem prejudicar fatalmente as mudas do palmito-juçara. Agora em março 2013 o Vale do Caçador está repleto de goiabas e araçás maduros, guloseimas muito procuradas pelos herbívoros. Para evitar este tipo, de pastagem, ou o pisoteio das mudas do palmito-juçara por um animal mais pesado, seja uma anta ou um veado, o sertanejo sabe que para maior possibilidade de êxito das mudas do palmito-juçara,tem de fazer uma cerquinha em volta de cada uma, ou na viabilidade em volta de várias delas "dá um trabalhico, mais, é o certo né...".

Por outro lado, as mudas de palmito-juçara que tombam ou saem da cova, só ocorre quando não estão plantadas, ou seja, não foram devidamente calcadas no solo.

É sempre profícuo, mesclar as habilidades e o conhecimento tradicional ao acadêmico e ter na equipe para cada técnico, seja nos programas mitigatórios da flora como nos da fauna, no mínimo 4 matutos aqui da região, conhecedores das belas matas e acostumados às longas caminhadas adentro, com serpentes, pernilongos gigantes, mosquitos etc., e já habituados ao nosso clima quente e chuvoso e aos aclives e declives próprios da região serrana.

Além disto, adotar um sistema de incentivo, por equipe ou por indivíduo da equipe, envolvidos nos Programas de Mitigação, proporcional as unidades de espécies vegetais raras coletadas, e por unidade replantada bem sucedida, sem dúvida ampliará em muito o sucesso dos programas de mitigação ambiental, determinados pela autarquia competente à concessionária da rodovia.

Não podemos esquecer que a bicharada, adora os ingazeiros e seus frutos, seja o ferradura, o preto ou o mirim aqui nativos, todos com exuberante e magnífica florada, espécies que se inclusas nos programas ambientais de mitigação da Bacia do Caçador também poderão ser apreciadas pelos futuros usuários da Rodovia Régis Bittencourt, aqui na Serra do Cafezal, Br-116, São Paulo.

* Léa Corrêa Pinto

· ecologista, pedagoga , moradora tradicional da Serra do Cafezal
· email ngiterei@uol.com.br
· http://lattes.cnpq.br/4896837059300211
. http://issuu.com/iterei/docs/lcplattes221245170885


Neiva Maria Robaldo Guedes e a arara-azul Mato Grosso do Sul

 
 
Bióloga Neiva Guedes: a pesquisadora trabalha há 20 anos pela conservação da arara-azul
Crédito: Haroldo Palo Jr
 
 
Há 22 anos a bióloga Neiva Maria Robaldo Guedes se dedica exclusivamente a uma causa – retirar a arara-azul da lista de animais ameaçados de extinção. Ela não mede esforços para cumprir essa missão, iniciada no início dos anos 90 quando casualmente seu olhar pousou num bando de araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus) que sobrevoava o Pantanal. O cenário parecia o de uma pintura: elas voaram e pousaram num galho seco de uma das árvores da região. “Ao contemplar a cena, fiquei extasiada e me apaixonei imediatamente”, lembra Neiva.

A luta pela conservação da espécie começou com muita dificuldade. Neiva não dispunha de muitas informações sobre a arara-azul e trabalhava sozinha na identificação das áreas de ocorrência e na coleta de dados sobre os ninhos e hábitos da ave. Para realizar esse trabalho, Neiva precisava subir em árvores, com até 16 metros de altura, à procura de ninhos. “Era um trabalho solitário e que exigia bastante preparo físico. Mas eu estava determinada para ajudar a salvar a espécie da extinção”, conta a bióloga.

Para realizar as pesquisas, Neiva ingressou no mestrado em Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Ali, sob a orientação do professor doutor Álvaro Almeida e com a colaboração do biólogo norte-americano Lee Harper, desenvolveu o projeto “Biologia Reprodutiva da Arara-azul Anodorhynchus hyacinthinus no Pantanal – MS”, com apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O trabalho trazia os primeiros dados oficiais sobre a espécie. “As dificuldades de trabalhar no Pantanal eram enormes porque não era qualquer veículo que possibilitava a locomoção e nem havia muitos equipamentos adequados, como hoje estão disponíveis para a pesquisa de campo. Na maioria das vezes me orientava pelas árvores. Além disso, o Pantanal tem baixa densidade populacional e, por isso, eu poderia passar o dia inteiro sem encontrar uma única pessoa”, ressalta Neiva, que nessa época tinha como companhia apenas um assistente, que poderia ser um estudante, ou mesmo algum parente disposto a ajudar.

Hoje o cenário é outro. A causa conservacionista deixou de ser uma luta solitária, segundo a bióloga, para se tornar uma luta de muitos. Os pesquisadores têm à disposição veículos especiais e equipamentos como o GPS, que facilita a locomoção. “A conservação da natureza mobilizou as pessoas. Ainda precisa ser ampliada, mas é melhor do que há 20 anos”, disse.

O resultado de tanto empenho também é comemorado por ela: quando começou o Projeto, a população de araras-azuis era de aproximadamente 1.500 indivíduos; hoje são 6.500. “Eu sou muito feliz com o trabalho que faço e a arara-azul faz parte da minha vida, por isso permaneço na luta pela sua sobrevivência. Meu marido e minha filha que o digam”, declarou Neiva, que mora em Campo Grande (MS), é casada com Joaselei Lemos Cardoso, pintor de natureza que também apoia e contribui para o Projeto Arara-Azul, e mãe da Sophia, de 10 anos. O Projeto Arara Azul é executado pelo Instituto Arara Azul, em parceria com a Universidade Anhanguera-Uniderp, a Fundação Toyota do Brasil e o R.E.Caiman, entre outros.

As mulheres na Fundação

Assim como Neiva Guedes, outras 281 mulheres estão ou estiveram à frente de projetos apoiados pela Fundação Grupo Boticário. São iniciativas como a da bióloga Bianca Reinert, descobridora de duas espécies novas de aves no trecho paranaense da Mata Atlântica: o bicudinho-do-brejo (Stymphalornis acutirostris) e o macuquinho-da-várzea (Scytalopus iraiensis). Outro exemplo feminino é a pesquisadora Alexandra Pires, bióloga que reinseriu a cutia (Dasyprocta leporina) no Parque Nacional da Tijuca (RJ) com o apoio da instituição. Ao todo, mais de 380 projetos liderados por pesquisadoras já foram apoiados durante os 22 anos da Fundação Grupo Boticário.

Fonte: O Boticário

sexta-feira, 15 de março de 2013

Veterinária aponta principais acidentes domésticos com pets

 
 
Assim como as crianças, os pets são curiosos, cheios de energia e acabam sendo vítimas de acidentes domésticos. "Os ambientes da casa, do apartamento e o carro não são tão inofensivos. Sem contar que muitos animais ficam sozinhos, entediados, podem descobrir brincadeiras às vezes mortais", alerta a médica veterinária Valéria Pires Correa, diretora técnica do Grupo Pet Center Marginal.

Fios de aparelhos eletrônicos ou de extensões não só atraem gatos como cães. Além de choques com descargas elétricas mortais por mordidas ou esbarrões, há registros de casos de enforcamento, principalmente dos felinos, que adoram enrolar-se e puxar esse fios. É necessário verificar periodicamente a existência de fios desencapados e curtos-circuitos nesses equipamentos. O ideal é agrupar os fios em serpentinas e fazer com que essa fiação fique longe do alcance dos animais.

Apesar de o corpo dos gatos serem resistentes a quedas por razões físicas e biológicas, afinal a área de sua superfície corpórea é maior em relação ao peso, reduzindo a força com que chegam ao chão, muitos não resistem. "As telas de proteção nas janelas para quem mora em andares altos é primordial para os felinos. O mesmo vale para os cães, que também gostam de passar o tempo olhando pela janela. Um pássaro pode chamar a atenção e provocar um pulo desastroso", adverte a veterinária do Grupo Pet Center Marginal.

A cozinha e a área de serviço também são ambientes hostis. Não é incomum para os veterinários constatarem casos de pets com queimaduras pelo contato com panelas com líquidos quentes e fogões acesos. O acesso às latas de lixo, que podem conter objetos cortantes e tóxicos, é outra preocupação. As facas e demais objetos pontudos devem ser guardados nos armários para evitar cortes indesejáveis. Já na área de serviço onde ficam os produtos de limpeza, filhotes de cães e gatos costumam ser curiosos e poderão se intoxicar.

Atenção em relação aos objetos que caem no chão. Como muitos têm o cheiro do dono (como meias, peças de lingerie, elásticos de cabelo, fivelas), eles viram alvo de brincadeira. Entre os itens mais perigosos: estão brincos, anéis, chaves, canetas/lápis, moedas, agulhas, sacos plásticos e bolas de pingue-pongue. "Em muitos casos, esse problema pode ser fatal. Eles causam bloqueios no sistema digestório, levando a obstruções e até perfurações internas. Os procedimentos de remoção podem ser complexos e as cirurgias são um risco."

Objetos de decoração, que quebram facilmente, devem ser levados em conta. Os gatos, principalmente, adoram caminhar por prateleiras e móveis altos, onde essas peças costumam ficar expostas. Não é só pelo prejuízo do dono, mas dependendo do material, como o vidro, pode causar cortes na pele do bichano.

O chão mais fresco do piso do banheiro é um dos lugares prediletos de gatos e alguns cães para contornar o calor. Além das medicações, que podem ser fatais, giletes e tesouras devem ser guardadas em gavetas, pois podem ser manipuladas ou até engolidas pelos animais.

Aqueles que moram em casa não estão livres de acidentes. Portões com dispositivo elétrico ou lanças pontudas merecem atenção dos donos. Sem contar as escapadas, quando as portas são deixadas abertas. Cães não só se perdem assim de seus donos como podem enfrentar brigas com outros pets. E mais: nem todos os animais são hábeis nadadores, as piscinas sem proteção podem levar a afogamento, principalmente em cães de pequeno porte.
 
Novos integrantes de quatro patas no lar requerem cuidados extras, pois desavenças são esperadas. Além das mordidas e mutilações, arranhões podem até cegar os bichanos. "Os donos devem acompanhar esses primeiros dias de convívio de perto para observar o comportamento dos animais. Os filhotes, cheios de energia, podem ser um tormento para os mais velhos. Juntar animais castrados com não castrados também costuma gerar atritos", aponta a especialista.

Pequenos incidentes em passeios nas ruas são alguns dos casos mais frequentes nos hospitais veterinários. Cães sem guia são vítimas de atropelamentos e ataques de outros pets. Também é preciso ficar atento ao que eles possam cheirar ou comer. O perigo não envolve apenas objetos estranhos e venenos, mas as plantas tóxicas.

Alguns cães e gatos realmente gostam de carros. Mas é importante que eles sejam supervisionados e estejam devidamente seguros. Há cintos de segurança especiais para os cães para evitar que eles pulem com o veículo em movimento. Os gatos devem permanecer nas bolsas ou caixas de transporte durante o trajeto, é mais seguro para eles e para os donos.
 
Fonte: Bem Paraná

Especialistas alertam para invasão de mosquitos "gigantes" na Flórida

As fortes chuvas registradas no último ano, incluindo a passagem do furacão Debby, criaram condições ideais para a proliferação dos insetos

 
 
A fêmea é até 20 vezes maior que as espécies mais comuns, e sua picada é capaz de penetrar até mesmo camadas de roupa Foto: Marisol Amador / University of Florida / BBCBrasil.com
 
 
O Estado da Flórida, no sudeste dos Estados Unidos, poderá ser tomado por mosquitos gigantes no verão deste ano, segundo advertiram especialistas. A fêmea da espécie Psorophora ciliata é até 20 vezes maior que as espécies mais comuns de mosquito, e sua picada é capaz de penetrar até mesmo camadas de roupa.
A espécie é comum em toda a costa leste dos Estados Unidos, mas poderá aparecer em quantidade muito acima do normal neste ano no nordeste da Flórida.
Segundo o entomologista Phil Kaufman, professor do Instituto de Ciências Alimentares e Agrícolas da Universidade da Flórida, as fortes chuvas tropicais registradas no último ano na região, incluindo a passagem do furacão Debby, criaram condições ideais para a proliferação dos insetos.
As fêmeas da espécie Psorophora ciliata costumam pôr seus ovos no solo à beira de lagoas, córregos e outros corpos d'água que transbordam quando há chuvas fortes. As larvas somente nascem quando os ovos estão em água.
"Esses mosquitos têm capacidade de pôr ovos que podem ficar dormentes por vários anos, até serem mergulhados em água", explica Kaufman.
 
'Picada dói bastante'
As fêmeas de Psorophora ciliata podem chegar a quase 1,5 centímetro de comprimento e têm um corpo com marcas em preto e branco. Apenas as fêmeas picam para sugar o sangue de animais, do qual retiram a proteína que precisam para a gestação. Os machos sobrevivem sugando néctar de flores.
 
Segundo cientistas, chuvas tropicais no último ano favoreceram a multiplicação dos mosquitos Foto: BBCBrasil.com
 
"A picada desse mosquito dói bastante, eu posso assegurar", afirma Kaufman. O pesquisador e outros colegas da Universidade da Flórida abriram uma página na internet para informar os moradores da região sobre a ameaça dos mosquitos e para sugerir possíveis medidas para evitar picadas.
Segundo eles, os mosquitos geralmente são espantados por repelentes com a substância DEET, apesar de já terem sido identificados insetos resistentes. Outras recomendações feitas por eles são vestir calças e camisas com mangas compridas e evitar regiões onde pode haver água parada após tempestades.
Apesar das picadas potencialmente dolorosas, os especialistas dizem que o mosquitos não representam grande problema de saúde pública, já que não são vetores para a transmissão de doenças, como acontece com outros mosquitos.
 

Por que não devemos chamar a Orca de Baleia?

 
 
Por Marcelo Szpilman*


Quando escuto alguns termos sendo usados de forma errada sinto um comichão para aclará-los, como já ocorreu com a típica confusão entre peçonha e veneno. Depois de ver muita gente embaralhando os nomes dos cetáceos, e chamando a orca de baleia, me senti, mais uma vez, compelido a esclarecer a questão. Se você é um dos que patina nesse tema, preste atenção.   
A ordem dos cetáceos (da classe dos mamíferos) é dividida em dois grandes grupos: o grupo dos cetáceos com dentes (Odontocetos) e o grupo dos cetáceos sem dentes(Mysticetos).

No grupo dos cetáceos com dentes, temos, por exemplo, a orca, os golfinhos e botos, o cachalote, o narval e a beluga. Por se alimentarem de peixes, lulas e até mamíferos marinhos (no caso da orca), as espécies desse grupo precisam dos dentes para segurar essas presas, que encontram através da ecolocalização.

No grupo dos cetáceos sem dentes é que estão as baleias. Elas não têm dentes, mas possuem as famosas barbatanas (cerdas bucais) que peneiram e retêm o alimento engolido (zooplâncton e pequenos peixes e crustáceos) em grandes goladas de água na superfície.

Da mesma forma que seria muito estranho, e errado, chamar o golfinho de baleia, aprenda que orca é orca, cachalote é cachalote, beluga é beluga e baleia é baleia.

Mais uma dica: a forma correta de se ler o termo habitat é “habitá” com “t” mudo, e não “habitati”.

 
Instituto Ecológico Aqualung
Rua do Russel, 300 / 401, Glória, Rio de Janeiro, RJ. 22210-010
Tels:
(21) 2558-3428 ou 2558-3429 ou 2556-5030
Fax:
(21) 2556-6006 ou 2556-6021
E-mail:
instaqua@uol.com.br
Site:
http://www.institutoaqualung.com.br/
 
________________________________

*Marcelo Szpilman, biólogo marinho formado pela UFRJ, com Pós-graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela COPPE/UFRJ, é autor dos livros Guia Aqualung de Peixes (1991) e de sua versão ampliada em inglês Aqualung Guide to Fishes (1992), Seres Marinhos Perigosos (1998), Peixes Marinhos do Brasil (2000) e Tubarões no Brasil (2004). Por ser um dos maiores especialistas em peixes e tubarões e escritor de várias matérias e artigos sobre natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos em diversas revistas, jornais, blogs e sites, Marcelo Szpilman é muito requisitado para ministrar palestras, conceder entrevistas e dar consultoria técnica para diversos canais de TV. Atualmente, é diretor do Instituto Ecológico Aqualung, diretor do Projeto Tubarões no Brasil, membro do Conselho da Cidade do Rio de Janeiro (área de Meio Ambiente e Sustentabilidade), membro e diretor do Sub Comitê do Sistema Lagunar da Lagoa Rodrigo de Freitas e colunista da Rádio SulAmérica Paradiso FM 95,7 com o boletim ECO PARADISO, em duas edições diárias sobre meio ambiente e sustentabilidade.

Análises clínicas veterinárias: competência exclusiva de veterinários ou reserva de mercado pelo CRMV? (1)

(1) ZATTONI, I. C.,
Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas
Especialista em Tecnologias Ambientais – FATEC-SP
Advogada – OAB/SP: 185.774
Curriculum Lattes: http://lattes.cnpq.br/4283691898713098
E-mail: iris.zattoni@gmail.com


Não é segredo para ninguém que tenho um sério caso de amor com toda a Biologia. Porém, minhas maiores paixões são os animais e patologias. Em tese eu não poderia aliar essas duas áreas em minhas atividades cotidianas como bióloga, mas um dia eu tive um insight: como já tenho um curso de auxiliar veterinário (não técnico, mas de curta duração), poderia aliar esses conhecimentos à biologia e trabalhar num laboratório de análises clínicas veterinárias, juntando as duas áreas que eu mais amo.
Fiquei felicíssima com minha "descoberta" e resolvi cursar uma pós graduação para me qualificar e enfrentar o mercado de trabalho. No segundo semestre de 2011 (quando esse fato ocorreu), entrei em contato com o Instituto Qualittas a fim de cursar a Pós Graduação lato senso em Patologia Clínica Veterinária e eles não aceitaram minha matrícula, dizendo que o CRMV impedia o ingresso de outros graduados no curso que não fossem veterinários. Para mim essa afirmativa me causou extrema estranheza, visto que nunca tive conhecimento de uma situação em que fosse negado o ingresso de um estudante a um curso. Existem situações meio óbvias em que o bom senso reina, como alguém que não seja da área de saúde querer fazer uma pós em cirurgia, ou alguém de humanas tentando ingressar numa especialização em exatas, mas eu acreditava que não era esse o caso. 
No conteúdo programático do curso do Instituto Qualittas veiculado em seu site no segundo semestre de 2011, com exceção da disciplina "Hemostasia e Medicina Veterinária Transfusional", as demais não eram da área clínica, que obviamente somente os médicos veterinários possuem formação e capacitação para cursá-la e atuar na área. Seguem as disciplinas que foram divulgadas na época: 
- Bases Bioquímicas dos Processos Patológicos
- Prática de Laboratório Clínico Veterinário
- Diagnóstico e Avaliação Epidemiológica de Agentes Infecciosos
- Diagnóstico das Doenças Parasitárias Gastrintestinais
- Patologia Clínica de Animais Silvestres
- Hemostasia e Medicina Veterinária Transfusional
- Interpretação dos Exames Laboratoriais
- Citologia Veterinária e Citoquímica
- Diagnóstico Microbiológico
- Urinálise e Hematologia Veterinária
- Bioquímica Clínica Veterinária
- Diagnóstico Imunológico
- Metodologia Científica (disciplina on-line/EAD)
Não me conformando com a recusa de minha matrícula, entrei em contato com o próprio CRMV e CRBio para saber mais sobre o assunto, sendo que o CRMV me respondeu em ambas as vezes em menos de 24 horas após o envio da mensagem, e o CRBio somente encaminhou o retorno por volta de 15 dias depois.
Segue abaixo a transcrição do primeiro retorno do CRBio-01:
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: CRBio01-Secretaria <secretaria@crbio01.gov.br;
Data: 10 de outubro de 2011 15:35
Assunto: RES: 04. Assessoria Jurídica
Para:
iris.zattoni@gmail.com
Prezada Íris
A Resolução nº 227, de 18 de agosto de 2010, do Conselho Federal de Biologia, que dispõe sobre a regulamentação das Atividades Profissionais e as áreas de Atuação do Biólogo, em Meio Ambiente e Biodiversidade, Saúde, e Biotecnologia e Produção observa, no Art. 5º:
Art. 5º São áreas de atuação em Saúde:
...
Análises citogenéticas
Atuar na gestão e pesquisa em bancos de DNA e bancos de células; elaborar termos de referência e protocolos; emitir e assinar pareceres técnicos e laudos de exames realizados para fins de diagnósticos; planejar, orientar, assessorar, supervisionar e executar procedimentos de biossegurança, de controle e garantia de qualidade; realizar análises cromossômicas, incluindo procedimentos citogenético-moleculares para diagnóstico, entre outras atividades.
Análises citopatológicas
Atuar na gestão de laboratórios de análises citopatológicas; elaborar termos de referência e protocolos; emitir e assinar laudos e pareceres técnicos de exames realizados para fins de diagnósticos; realizar análises citológicas e diagnósticas, a partir de matérias pré-preparados para pesquisa e avaliação de alterações patológicas em órgãos e tecidos, entre outras atividades.
Análises clínicas
Atuar na gestão de laboratórios de análises clínicas, em todos os seus setores técnicos e postos de coleta; emitir e assinar laudos e pareceres de exames realizados em sangue, plasma, soro, saliva, urina, fezes, líquor e sêmen, entre outros, para fins de diagnósticos; elaborar termos de referência e protocolos; planejar, orientar, assessorar, supervisionar e executar procedimentos de biossegurança, de controle e garantia de qualidade;realizar todos os procedimentos laboratoriais necessários para exames de materiais biológicos, entre outras atividades.
Análises e diagnósticos biomoleculares
Atuar na gestão de laboratórios de análises e diagnósticos biomoleculares; atuar na pesquisa e na gestão de bancos de DNA e bancos de células; desenvolver primers e outros produtos moleculares como marcadores, enzimas e outros; emitir e assinar laudos e pareceres de exames realizados para fins de diagnósticos; executar técnicas de biologia molecular para diagnóstico, de microrganismos e partículas virais; planejar, orientar, assessorar, supervisionar e executar procedimentos de biossegurança, de controle e garantia de qualidade, entre outras atividades.
Análises histopatológicas
Atuar na gestão de laboratórios de análises histopatológicas; elaborar termos de referência e protocolos; emitir e assinar laudos e pareceres técnicos de exames realizados para fins de diagnósticos; executar procedimentos necessários para exames macroscópicos de peças anatômicas, preparo de lâminas e cortes histológicos para análises patológicas; planejar, orientar, assessorar, supervisionar e executar procedimentos de biossegurança, de controle e garantia de qualidade, entre outras atividades.
Análises, Bioensaios e testes em animais
Atuar em laboratórios de análise para fins de diagnóstico em amostras biológicas de animais; atuar em laboratórios de experimentação animal; atuar na identificação, no monitoramento e controle de animais de interesse para saúde; atuar na implantação, manutenção e gestão de biotérios; capturar, manipular, anestesiar e coletar amostras de indivíduos para fins de pesquisa, serviços e experimentação em campo, laboratórios e criatórios; cultivar, inocular e manipular células para fins de diagnósticos; emitir e assinar laudos e pareceres técnicos de exames realizados para fins de diagnósticos; planejar, orientar, assessorar, supervisionar e executar procedimentos de biossegurança, de controle e garantia de qualidade; realizar todos os procedimentos laboratoriais necessários para exames de materiais biológicos, para fins de diagnósticos e de pesquisa, entre outras atividades.
Análises, processos e pesquisas em banco de sêmen, óvulos e embriões
Atuar na gestão de bancos de sêmen, óvulos, embriões e materiais contendo células reprodutivas; atuar no processamento, conservação e pesquisa em bancos de sêmen, óvulos, embriões e materiais contendo células reprodutivas; elaborar, emitir e assinar laudos, pareceres, termos de referência, protocolos e outros documentos técnicos; planejar, orientar, assessorar, supervisionar e executar procedimentos de biossegurança, de controle e garantia de qualidade; arealizar ckriopreservação e descongelamento de sêmen, óvulos e embriões; realizar exames para análises morfo-funcional, bioquímica, imunológica, microbiológica e citológica do sêmen, entre outras atividades.

Você pode verificar que existem diferentes áreas de atuação em saúde (humana e animal), com inúmeras atividades, de análise e diagnóstico, em que os Biólogos podem atuar.
É importante observar, contudo, que não estão contempladas aquelas atividades que seriam tratadas como de clínica (animal ou humana), pois as mesmas não seriam de nossa competência.
Este é um aspecto que você deve observar com relação ao curso de pós-graduação que pretende realizar no Instituto Qualittas, talvez como possível restrição à participação de outros profissionais que não veterinários.
De qualquer maneira você pode buscar essa formação continuada em outros centros de pós-graduação, especialmente em programas de Mestrado ou Doutorado, normalmente receptivos aos Biólogos que atuam na área de diagnósticos e saúde animal. Estes, com certeza, serão de maior valia na sua vida profissional.
Atenciosamente
Eliézer José Marques, Prof. Dr.
Conselheiro Secretário
CRBio-01

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Fiquei indignada com o descaso que o CRBio-01, tratou meu assunto, porque:

- Primeiramente não se deram ao trabalho de analisar o caso em específico, apenas limitando-se a transcrever uma Resolução e fazendo comentários superficiais sobre o ocorrido;
- Se pelo menos durante esse período tivessem se dado ao trabalho de entrar no link do Instituto Qualittas o qual dispõe do conteúdo programático da Pós, o que era o mínimo a ser feito antes de apresentar uma opinião, verificariam que são abordadas disciplinas que não compõem a área clínica, e sim de análises clínicas, que obviamente, são diferentes. Na minha singela opinião, o CRBio-01, no mínimo, deveria ter entrado em contato com o Instituto Qualittas, verificado qual das matérias era da área clínica, analisado as resoluções e tomada uma posição nesse caso. Ao contrário disso, aconselharam-me a cursar Pós strictu sensu, como sendo de "maior valia na minha vida profissional".
Ora, convenhamos! A intenção de cursar a Pós lato sensu era para me QUALIFICAR ao mercado de trabalho, e não voltar minha atuação para atividade acadêmica e de pesquisa, que é a qualificação dada àqueles que concluem a Pós strictu sensu! Sinceramente, a impressão que se tem é de que o Conselheiro que analisou meu caso sequer sabe a diferença dos programas de pós graduação, embora tenha titulação de "professor doutor"...
Ao contrário do CRBio-01, o CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) retornou de pronto minha mensagem, o que podemos, desde já, notar a diferença de atendimento ao público em ambos os conselhos.
Como resposta ao meu questionamento, a conselheira do CRMV me encaminhou uma cópia da petição inicial de ação judicial proposta pelo CFMV em face do Conselho Federal de Biomedicina, em 03/08/2008, com intuito de me trazer o conhecimento do posicionamento do Conselho Federal de Medicina Veterinária com relação ao assunto. Destaca-se, primeiramente, que o CRBM é um conselho que representa profissionais os quais não possuem em sua formação qualquer disciplina relacionada com a fauna, ao contrário dos graduados em Ciências Biológicas, o que a meu ver diferencia a situação de ambas as carreiras.
A Lei 5.517/68, em seu artigo 5., prevê sobre as atribuições privativas do médico veterinário, ou seja, atividades as quais somente esse profissional está apto a desenvolver; todavia, em todos os seus incisos ("a" a "m") não está incluída a atuação em laboratório e exames laboratorias de animais. Já a Resolução publicada em 06/06/2006 (o qual transcrevo abaixo), que trata especificamente sobre a atuação em laboratórios, não prevê explicitamente que essa atribuição seja exclusiva do Médico Veterinário, e sim dispõe que o exercício de tal atividade "deverá ser exercida por profissional médico veterinário". O citado artigo é passível de discussão e interpretação, pois uma legislação que prevê que uma atividade "deve" ser exercida por uma classe profissional é diferente daquela que dispõe sobre uma atribuição privativa, isto é, exclusiva de um profissional. 
"Dispõe sobre o Exercício da Responsabilidade Técnica pelos laboratórios, exames laboratoriais e emissão de laudos essenciais ao exercício da Medicina Veterinária. O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA – CFMV, no uso das atribuições que lhe confere a alínea ‘f’ do artigo 16 da Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, considerando o que preceitua a alínea “a” do artigo 5º e o artigo 28 da Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, que estabelece ser atividade privativa do médico veterinário a prática da clínica veterinária em todas as suas modalidades e determina a contratação de responsável técnico médico veterinário pelas empresas que exerçam tais atividades; considerando o que preceitua a Resolução CNE/CES nº 01, de 18 de fevereiro de 2003, da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação em Medicina Veterinária; considerando que o diagnóstico dos agravos sanitários no âmbito da Medicina Veterinária está embasado em exames e laudos laboratoriais, fundamentados em técnicas e procedimentos próprios, que considerem as especificidades da fisiologia e da patologia das diferentes espécies animais;considerando a relevância para o bem-estar animal e para os programas de sanidade animal e saúde pública, no que concerne as zoonoses, que as análises laboratoriais sejam realizadas com o indispensável embasamento técnico científico; considerando ainda, a formação profissional do médico veterinário;
RESOLVE: Art. 1º A Responsabilidade Técnica pelos laboratórios, exames laboratoriais e emissão de laudos necessários ao exercício da medicina veterinária deve ser exercida por profissional médico veterinário, regularmente inscrito no Conselho Regional da sua área de atuação".
Art. 2º As análises laboratoriais compreendem as áreas de hematologia veterinária, bioquímica veterinária, citologia veterinária, anatomia patológica veterinária, parasitologia veterinária, microbiologia veterinária, imunologia veterinária, toxicologia veterinária, genética veterinária, biologia molecular aplicada a medicina animal, além das demais essenciais ao diagnóstico e à emissão de laudo médico-veterinário.
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação no DOU, revogadas as disposições em contrário. Publicada no DOU n. 128, de 06-06-2006, Seção 1.
Como advogada, acredito que a redação correta da Resolução acima transcrita seria "competência exclusiva" ou "competência privativa", já que o verbo "dever" não cria, por si só, compromisso de obrigatoriedade. A meu ver, a  expressão "deve ser" descrita no citado dispositivo legal poderia ser motivo de discussão em âmbito judicial por outros conselhos, no caso, o CFBio.
Muito embora eu tenha feito uma pesquisa sobre o assunto, em nenhum momento localizei qualquer legislação que impeça um profissional de Ciências Biológicas em cursar uma Pós Graduação lato sensu em instituição especializada em Medicina Veterinária em área a qual não serão abordados assuntos clínicos, cirúrgicos, contenção química ou anestésica em animais, o que seria um tanto quanto óbvio seu impedimento. Porém, o Conselho Federal de Medicina Veterinária entende que, de acordo com o Código de Ética Profissional, em seu artigo 13, alínea VII, é vedado ao médico veterinário fornecer a leigo informações, métodos ou meios, instrumentos ou técnicas privativas de sua competência profissional, motivo este que impossibilitaria que leigos ou profissionais de outras áreas cursassem disciplinas entendidas pelo órgão superior como privativas da Medicina Veterinária.


A discussão do tema entre o Conselho de Biomedicina e o de Medicina Veterinária ainda se encontra sub juris, isto é, o processo judicial ainda está em análise e passível de recursos, portanto, não há uma resolução definitiva sobre o caso. Mas a meu ver, o CFBio deveria pegar "um gancho" neste e em casos semelhantes, ingressando também com ações judiciais, com a finalidade de ampliar a área de atuação dos biólogos.

Afinal, essa é uma típica situação que deve ser explorada, pois se trata de um nítido exemplo de que estamos perdendo espaço, a cada dia mais e mais, para outros profissionais. E o pior: o CRBio não somente abaixa a cabeça, como também é conivente com a situação quando não toma nenhuma providência defendendo a classe que representa.



Nota do Blog (25/07/2014):

Diante dos comentários dos leitores deste Blog resolvi ir mais à fundo nessa questão e voltei a provocar o Conselho Federal de Biologia, CRBios e Sindicato dos Biólogos de Minas Gerais acerca do ocorrido e quais seriam as providências e orientações dos mesmos  no que se refere a esse caso. Para saber a conclusão deste caso, leia o post "Patologia / Análises Clínicas Veterinárias: relato, análise e crítica da atuação dos Conselhos de Classe" no seguinte link: http://profissaobiologa.blogspot.com.br/2013/08/patologia-analises-clinicas.html

- Se você possui interesse em se especializar na área de análises clínicas animal e não é graduado em Medicina Veterinária, informo que o IPESSP - Instituto de Pesquisa e Educação em Saúde, localizado na Alameda Franca, 1604 - Jardins (São Paulo - SP) está com as matrículas abertas para o curso de especialização em Análises Clínicas Animal. Esse curso demorou praticamente um ano para ser elaborado e lançado no mercado, a fim de oferecer aos alunos o que há de mais moderno e relevante atualmente no que tange à pesquisa e novas técnicas de análises laboratoriais, além de contar com corpo docente altamente qualificado e preparado. 

Para saber mais, acesse: 

http://profissaobiologa.blogspot.com.br/2014/07/inscricoes-abertas-pos-graduacao-em.html




Espécie invasora: Pitons de até 6 m engolem de tudo nos EUA: veado, onça e até crocodilo, Veja fotos!

Nota do Blog:
 
Onde se lê "crocodilo", leia-se "aligátor", e onde se lê "jibóias birmanesas", leia-se "pítons-de-burma".

"...invadindo a biologia...": não faz sentido.

O restante é seriíssimo e merece consideração por nossas autoridades (IBAMA, IEF, ICMBio, etc.), que normalmente aparecem com extintores depois que a boate já pegou fogo... :(

 


Skip Snow, um biólogo que trabalha para o governo federal dos Estados Unidos no parque nacional de Everglades, adoraria dedicar seus dias ao estudo da variedade estonteante de fauna nativa nesse "rio de grama" de 600 mil hectares localizado a oeste da metrópole de Miami, que nunca pára de crescer. Mas nos últimos tempos ele tem dedicado mais tempo ao estudo de restos de animais e mamíferos do parque, extraídos dos estômagos de jibóias birmanesas atropeladas ou capturadas no Estado.
As cobras asiáticas representam a mais recente, e espetacular, expansão na lista de espécies alienígenas que vêm invadindo a biologia da Flórida. Abrindo um refrigerador em um dos laboratórios do parque, Snow exibiu sacos plásticos rotulados por tipo e data, cada qual contendo pêlos, penas, ossos e outros restos de animais que recentemente foram consumidos pelas jibóias.
"Nós encontramos de tudo, de mamíferos de pequeno porte a uma onça, e recentemente os cascos de um cervo", disse Snow. "Havia pássaros ribeirinhos e aquáticos, aves de outros tipos e pelo menos um grande crocodilo".
As jibóias do sul da Ásia, que podem atingir os 6 m de comprimento e aos 100 kg de peso, chegaram ao parque como resultado do crescente comércio internacional de animais exóticos. Jibóias de um ano são produto popular em feiras de répteis e na Internet, onde são vendidas por cerca de US$ 70, mas alguns anos mais tarde elas crescem o suficiente para devorar gatos ou ocupar metade de uma sala, o que leva alguns proprietários a abandoná-las à beira de estradas. Isso talvez não represente problema ecológico em Detroit, diz Snow, mas em um parque da Flórida, região quase tropical, a situação é um pesadelo.
Algumas estimativas grosseiras estimam a população de jibóias de estimação no Estado em mais de cinco mil. De 2002 para cá, mais de 350 cobras do tipo foram encontradas no parque, e outras surgiram nos mangues ao longo da costa oeste da Flórida e em regiões mais setentrionais do Estado. O número de exemplares localizado cresce em cerca de 10 por ano, segundo Snow.
 
 
Em maio de 2006, os biólogos confirmaram que as jibóias dos Everglades não representavam uma curiosidade passageira, ao localizarem os primeiros ovos da espécie. "Havia 46 ovos, 44 dos quais férteis", disse Snow. Pouco mais tarde, eles descobriram mais duas dúzias de ovos, já chocados. Há muitos sinais, segundo ele, de que as jibóias continuam a colonizar novos territórios. "Trata-se de uma espécie realmente feita para invadir".
Snow e outros biólogos especialistas em fauna estão envolvidos em uma espécie de cruzada, nos últimos meses, pressionando o governo federal e o estadual a reprimir o comércio de espécies exóticas, acelerar suas respostas à presença de invasores em regiões selvagens e expandir o sistema federal de prevenção a fim de identificar com antecedência os animais e plantas importados que têm mais chance de se difundir no país.
Embora exista um Conselho Nacional de Espécies Invasivas cujos membros incluem ministros, o trabalho básico de filtragem preventiva de espécies cabe a alguns poucos biólogos no Serviço de Fauna e Pesca, no Departamento da Agricultura e no Departamento de Saúde e Serviços Humanos. A vasta maioria do US$ 1 bilhão que o governo dedica a espécies invasivas a cada ano se destina à administração de problemas existentes, e apenas 10%, de acordo com um relatório recente do governo, são destinados à prevenção. O governo mesmo estima que espécies invasivas custem US$ 100 bilhões anuais à economia do país.
A jibóia pode se tornar uma espécie de símbolo público das espécies invasoras, disse Snow, mas não está sozinha em termos de potencial de perturbação a ecossistemas, pessoas e atividades econômicas, quando estabelecida. Além de centenas de espécies importadas por acidente, há inumeráveis plantas e animais importados propositadamente que se tornaram complexos e dispendiosos problemas. E quando esses problemas se tornam perceptíveis, quase sempre é tarde demais, ou caro demais, erradicá-los, dizem os especialistas.
Ainda assim, essas espécies só tendem a se tornar prioridade depois que se estabeleceram, eles afirmam. Foi só este ano que uma nova lei da Flórida estabeleceu que seis répteis, entre os quais a jibóia eram "causa de preocupação". O Estado em breve passará a exigir que os proprietários paguem US$ 100 ao ano para licenciar esses animais, e que instalem microchips de identificação nos bichos que adquiram.
David Lodge, diretor do Centro de Conservação Aquática da Universidade Notre Dame, conduziu diversos estudos sobre a questão, entre os quais uma pesquisa para a Sociedade Ecológica Norte-Americana, no ano passado, na qual ele pedia por mais investimento e mais ação do governo federal. "Quando se trata de importar organismos vivos, nossas normas são inteiramente reativas", ele afirmou. "É como se, no mercado de alimentos ou remédios, a importação de qualquer produto fosse intrinsecamente autorizada até que ele mate alguém, e só então estudaríamos regulamentos que o proíbam".
Com as espécies invasoras, porém, a situação na verdade é potencialmente pior, porque proibi-las a posteriori não elimina a ameaça. Como diz Snow, "espécies invasoras continuam a se expandir, devido ao imperativo biológico da reprodução".
 
Snow, além de caçar as jibóias que localiza e pressionar por mais verbas preventivas, também difunde suas idéias junto à população. Ele costuma fazer apresentações a grupos comunitários sobre as jibóias, e não economiza detalhes, narrando como elas matam animais de estimação ¿e seus proprietários.
Um dos slides que ele usa diz: "Você quer mesmo ter em casa uma cobra que pode superar os 6 m de comprimento e os 100 kg de peso, urina e defeca como um cavalo, vive mais de 25 anos e para a qual você terá de matar ratos, camundongos e, um dia, coelhos?" -- Por: Andrew C. Revkin, para The New York Times / Tradução: Paulo Eduardo Migliacci ME
Fonte secundária: http://www.plantadiretobrasil.blogspot.com.br/2011/11/especie-invasora-pitons-de-ate-6-m.html

Píton-de-Burma: fotos de predação

As fotos abaixo, tomadas de vídeo divulgado em reportagem, mostram caso de predação de "cervo" (provavelmente Odocoileus virginianus) por indivíduo grande da serpente invasora "píton-de-burma" (Python molurus bivittatus, Pythonidae) na Flórida.

As "pítons-de-burma", espécie exótica nos EUA, são compradas e criadas como "pets"; porém, ao atingir seu tamanho adulto (o que não é esperado pela maioria dos donos) são geralmente doadas à zoológicos ou indiscriminadamente soltas na natureza. Em regiões da Flórida e, principalmente no parque de Everglades, essa espécie de píton encontrou condições ambientais e alimentares semelhantes ao seu habitat natural, e assim elas se adaptaram, sobrevivendo e reproduzindo, e vêm causando sérios impactos ambientais sobre os animais nativos.
 
No Brasil a píton-de-burma também já é criada há muitos anos, porém possivelmente em menor quantidade do que nos EUA. Há relatos que essa é segunda espécie de serpente exótica mais oferecida no comércio ilegal brasileiro. Por essa razão, suspeita-se também da existência de indíviduos  dessas serpentes gigantescas e vorazes vivendo em liberdade, a exemplo dos Estados Unidos.
 
Sendo que muitas regiões do Brasil possuem condições semelhantes ao habitat natural da píton-de-burma, há uma possibilidade muito grande dessa espécie causar impacto semelhante à fauna nativa brasileira. Além disso, por se tratar de uma serpente agressiva e que possui grande porte, não se pode descartar o riso de ataques à seres humanos, os quais já existem relatos.
 
Portanto, autoridades e especialistas não podem descartar o risco de infestação dessa espécie exótica no Brasil, se tratando de assunto sério e de grande importância.