segunda-feira, 18 de junho de 2012

A extinção da megafauna na Austrália

Diprotodonte era um dos mamíferos gigantes que habitavam a Austrália

 

Pesquisa implica humanos em extinção pré-histórica

Entre os animais que desapareceram da Austrália havia cangurus de três metros




CAMBERRA, AUSTRÁLIA - Os gigantescos animais pré-históricos da Austrália, incluindo cangurus de três metros de altura, provavelmente foram varridos do mapa não por uma mudança climática, mas pela chegada dos primeiros aborígenes, diz um pesquisador.

A questão de o que acabou com a chamada megafauna australiana - incluindo os cangurus gigantes e criaturas parecidas com capivaras, mas do tamanho de rinocerontes - durante a última era glacial divide os paleontólogos.

As teorias mais populares apontam para mudança climática, há mais de 40.000 anos, ou para os aborígenes, que chegaram à Austrália há 60.000 anos, que teriam caçado os animais até a extinção e eliminado a vegetação de que precisavam para viver.

Novas evidências encontradas no Estado de Austrália do Sul eliminam a hipótese da mudança climática como causa das extinções, de acordo com artigo publicado no periódico Geology.

O autor do artigo, o paleontólogo Gavin Prideaux, disse que o trabalho de sua equipe de pesquisas indica que a presença humana ateve parte na extinção, embora não tenha sido encontrada evidência direta de intervenção dos aborígenes. Mas, "se não foi o clima, então tem de ser os humanos", declarou ele.

"A questão que fica é tentar decidir se foi a caça ou a devastação ambiental... e um pouco de cada é o mais provável", acrescentou.

A equipe encabeçada por Prideaux registrou os índices de chuva na região australiana de Naracoorte, referentes a um período de mais de 500.000 anos, examinando sedimentos em cavernas. Restos fossilizados de animais que caíram nas cavernas - incluindo 20 espécies de cangurus extintos, leões marsupiais e um marsupial semelhante ao hipopótamo - foram datados usando dois métodos diferentes.

"Embora a população tenha flutuado de acordo com mudanças cíclicas no clima, com os tipos maiores sendo favorecidos nos períodos mais úmidos, a maioria, se não todos, sobreviveram até mesmo nas piores secas. E então entraram os humanos", afirma nota distribuída pelo cientista.

"Nossa evidência mostra que os gigantes de Naracoorte pereceram sob condições climáticas muito parecidas com as que, antes, os haviam feito prosperar, o que implica fortemente os humanos na extinção", acrescenta.

A teoria de que a chegada da primeira população humana à Austrália, hoje conhecida como aborígene, deu cabo da megafauna foi popularizada pelo livro ("Os Devoradores do Futuro"), do zoólogo e paleontólogo Tim Flannery.

Críticos dessa visão incluem o especialista em ecologia David Bowman, que argumenta que os aborígenes não tinham a população, nem a tecnologia - suas armas eram lanças e bumerangues -, necessárias para eliminar os animais.

Fonte: Agência Estado - 26 de dezembro de 2006 - 16:58 h

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Estudo diz que homem caçou até extinguir a fauna da Austrália

 

Ação foi determinante para o surgimento da vegetação que atualmente predomina nos desertos



Há cerca de 42 mil anos, os seres humanos caçaram os animais gigantes da Austrália até a extinção,
contribuindo para o surgimento da vegetação que agora predomina as regiões não desérticas do país, aponta um estudo arqueológico divulgado na revista Science. A chamada megafauna australiana era composta por marsupiais gigantes como o diprotodonte - que parecia um rinoceronte sem chifre -, as enormes aves, além dos répteis e monotremados.
A pesquisa foi liderada por Susan Rule, da Universidade Nacional Australiana, e Christopher Johnson, da Universidade da Tasmânia, e reafirma a teoria da responsabilidade humana no desaparecimento da megafauna local e também descarta supostas explicações relacionadas com fogo e alterações climáticas.
Os cientistas acreditam que, após a extinção dos animais, começou a aumentar a proporção de bosques
esclerófilos, duros, resistentes e secos, que dominaram toda a estrutura da floresta australiana.
"Ao analisar o impacto desses herbívoros e as consequências de extinção também se respondem questões importantes sobre a história natural da Austrália", disse o pesquisador Christopher Johnson.
O estudo foi baseado na análise de alguns esporos fúngicos "sporormiella" que foram encontrados em dois núcleos sedimentares da Cratera Lynch, um pântano fossilizado que fica no nordeste do Estado de Queensland. Esses esporos crescem principalmente nas fezes de herbívoros vertebrados grandes.
As amostras também revelaram que as mudanças climáticas mais importantes dos últimos 80 mil anos, período em que a Terra resfriou e aqueceu, não tiveram qualquer impacto sobre a presença dos "sporormiella".
Os resultados do estudo têm sido criticados por alguns arqueólogos, como Judith Field, da Universidade de New South Wales, que considera sem fundamento tal relação entre a abundância de esporos e a megafauna. "A única evidência que temos da megafauna de Queensland indica que esta desapareceu antes da chegada dos seres humanos ", disse a estudiosa.

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