Bióloga Neiva Guedes: a pesquisadora trabalha há 20 anos pela conservação da arara-azul
Crédito: Haroldo Palo Jr
Crédito: Haroldo Palo Jr
Há 22 anos a bióloga Neiva Maria Robaldo Guedes se dedica exclusivamente a uma causa – retirar a arara-azul da lista de animais ameaçados de extinção. Ela não mede esforços para cumprir essa missão, iniciada no início dos anos 90 quando casualmente seu olhar pousou num bando de araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus) que sobrevoava o Pantanal. O cenário parecia o de uma pintura: elas voaram e pousaram num galho seco de uma das árvores da região. “Ao contemplar a cena, fiquei extasiada e me apaixonei imediatamente”, lembra Neiva.
A luta pela conservação da espécie começou com muita dificuldade. Neiva não dispunha de muitas informações sobre a arara-azul e trabalhava sozinha na identificação das áreas de ocorrência e na coleta de dados sobre os ninhos e hábitos da ave. Para realizar esse trabalho, Neiva precisava subir em árvores, com até 16 metros de altura, à procura de ninhos. “Era um trabalho solitário e que exigia bastante preparo físico. Mas eu estava determinada para ajudar a salvar a espécie da extinção”, conta a bióloga.
Para realizar as pesquisas, Neiva ingressou no mestrado em Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Ali, sob a orientação do professor doutor Álvaro Almeida e com a colaboração do biólogo norte-americano Lee Harper, desenvolveu o projeto “Biologia Reprodutiva da Arara-azul Anodorhynchus hyacinthinus no Pantanal – MS”, com apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O trabalho trazia os primeiros dados oficiais sobre a espécie. “As dificuldades de trabalhar no Pantanal eram enormes porque não era qualquer veículo que possibilitava a locomoção e nem havia muitos equipamentos adequados, como hoje estão disponíveis para a pesquisa de campo. Na maioria das vezes me orientava pelas árvores. Além disso, o Pantanal tem baixa densidade populacional e, por isso, eu poderia passar o dia inteiro sem encontrar uma única pessoa”, ressalta Neiva, que nessa época tinha como companhia apenas um assistente, que poderia ser um estudante, ou mesmo algum parente disposto a ajudar.
Hoje o cenário é outro. A causa conservacionista deixou de ser uma luta solitária, segundo a bióloga, para se tornar uma luta de muitos. Os pesquisadores têm à disposição veículos especiais e equipamentos como o GPS, que facilita a locomoção. “A conservação da natureza mobilizou as pessoas. Ainda precisa ser ampliada, mas é melhor do que há 20 anos”, disse.
O resultado de tanto empenho também é comemorado por ela: quando começou o Projeto, a população de araras-azuis era de aproximadamente 1.500 indivíduos; hoje são 6.500. “Eu sou muito feliz com o trabalho que faço e a arara-azul faz parte da minha vida, por isso permaneço na luta pela sua sobrevivência. Meu marido e minha filha que o digam”, declarou Neiva, que mora em Campo Grande (MS), é casada com Joaselei Lemos Cardoso, pintor de natureza que também apoia e contribui para o Projeto Arara-Azul, e mãe da Sophia, de 10 anos. O Projeto Arara Azul é executado pelo Instituto Arara Azul, em parceria com a Universidade Anhanguera-Uniderp, a Fundação Toyota do Brasil e o R.E.Caiman, entre outros.
As mulheres na Fundação
A luta pela conservação da espécie começou com muita dificuldade. Neiva não dispunha de muitas informações sobre a arara-azul e trabalhava sozinha na identificação das áreas de ocorrência e na coleta de dados sobre os ninhos e hábitos da ave. Para realizar esse trabalho, Neiva precisava subir em árvores, com até 16 metros de altura, à procura de ninhos. “Era um trabalho solitário e que exigia bastante preparo físico. Mas eu estava determinada para ajudar a salvar a espécie da extinção”, conta a bióloga.
Para realizar as pesquisas, Neiva ingressou no mestrado em Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Ali, sob a orientação do professor doutor Álvaro Almeida e com a colaboração do biólogo norte-americano Lee Harper, desenvolveu o projeto “Biologia Reprodutiva da Arara-azul Anodorhynchus hyacinthinus no Pantanal – MS”, com apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O trabalho trazia os primeiros dados oficiais sobre a espécie. “As dificuldades de trabalhar no Pantanal eram enormes porque não era qualquer veículo que possibilitava a locomoção e nem havia muitos equipamentos adequados, como hoje estão disponíveis para a pesquisa de campo. Na maioria das vezes me orientava pelas árvores. Além disso, o Pantanal tem baixa densidade populacional e, por isso, eu poderia passar o dia inteiro sem encontrar uma única pessoa”, ressalta Neiva, que nessa época tinha como companhia apenas um assistente, que poderia ser um estudante, ou mesmo algum parente disposto a ajudar.
Hoje o cenário é outro. A causa conservacionista deixou de ser uma luta solitária, segundo a bióloga, para se tornar uma luta de muitos. Os pesquisadores têm à disposição veículos especiais e equipamentos como o GPS, que facilita a locomoção. “A conservação da natureza mobilizou as pessoas. Ainda precisa ser ampliada, mas é melhor do que há 20 anos”, disse.
O resultado de tanto empenho também é comemorado por ela: quando começou o Projeto, a população de araras-azuis era de aproximadamente 1.500 indivíduos; hoje são 6.500. “Eu sou muito feliz com o trabalho que faço e a arara-azul faz parte da minha vida, por isso permaneço na luta pela sua sobrevivência. Meu marido e minha filha que o digam”, declarou Neiva, que mora em Campo Grande (MS), é casada com Joaselei Lemos Cardoso, pintor de natureza que também apoia e contribui para o Projeto Arara-Azul, e mãe da Sophia, de 10 anos. O Projeto Arara Azul é executado pelo Instituto Arara Azul, em parceria com a Universidade Anhanguera-Uniderp, a Fundação Toyota do Brasil e o R.E.Caiman, entre outros.
As mulheres na Fundação
Assim como Neiva Guedes, outras 281 mulheres estão ou estiveram à frente de projetos apoiados pela Fundação Grupo Boticário. São iniciativas como a da bióloga Bianca Reinert, descobridora de duas espécies novas de aves no trecho paranaense da Mata Atlântica: o bicudinho-do-brejo (Stymphalornis acutirostris) e o macuquinho-da-várzea (Scytalopus iraiensis). Outro exemplo feminino é a pesquisadora Alexandra Pires, bióloga que reinseriu a cutia (Dasyprocta leporina) no Parque Nacional da Tijuca (RJ) com o apoio da instituição. Ao todo, mais de 380 projetos liderados por pesquisadoras já foram apoiados durante os 22 anos da Fundação Grupo Boticário.
Fonte: O Boticário
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